Com o passar dos anos, principalmente quando chegamos mais próximos da terceira idade, vemos uma queda acentuada nas capacidades de potência e força muscular, associada a diminuição da flexibilidade.
Dessa forma vemos pessoas perdendo capacidade funcional para realização das tarefas diárias básicas.
Vemos inicialmente uma perda de potência muscular, seguido por diminuição da massa muscular e massa óssea, fazendo com que a pessoa se mantenha cada vez menos em movimento devido ao aumento da exigência das tarefas.
Mas, esse aumento da exigência física que as tarefas diárias nos impõem ocorrem porque nossa capacidade de gerar força para as atividades está diminuída.
O treinamento de potência específico nessa faixa etária ainda é muito pouco publicado na literatura e muito pouco aplicado pelos treinadores. Fato interessante, pois essa capacidade é perdida drasticamente na terceira idade se não for estimulada.
Potência basicamente é caracterizada pela capacidade de gerar força de forma mais rápida possível, e pensando em tarefas diárias podemos ver semelhanças em diversos movimentos tal como subir escadas, levantar rapidamente de uma cadeira ou mesmo responder há alguma perturbação não esperada vinda do ambiente externo.
A baixa capacidade de potência é muito associada a falha muscular, redução na qualidade de vida e baixa performance funcional, assim, aumentando o risco de quedas e fraturas.
Conceituando potência fica mais fácil entender a importância no desenvolvimento dessa capacidade, por meio das respostas rápidas, diminuindo o tempo de latência na qual os músculos devem ativar para realizar as determinadas tarefas básicas necessárias.
O treinamento dessa capacidade deve ser bem individualizado e analisado pelo profissional que está acompanhando o cliente/aluno, visto que deve ser identificado a capacidade atual do aluno para realizar determinados exercícios para desenvolver essas habilidades.
Existem algumas formas de trabalhar potência, podemos utilizar exercícios de força básicos, sendo que esses mesmos exercícios podem ser realizados de forma mais rápida, exercícios de pliometria e exercícios derivados do levantamento de peso olímpico, a grande questão é quando e com quem aplicar essas variações de treinamento.
Primeiramente o profissional deve avaliar qual é o estado inicial indivíduo e a partir disso verificar qual será o treinamento mais EFICAZ e SEGURO para o desenvolvimento de suas habilidades. Portanto, a avaliação constante do profissional que está atuando com o cliente é fundamental na correção dos movimentos básicos como agachar, puxar e empurrar, e a partir disso verificar se essa pessoa já é capaz de realizar tarefas um pouco mais complexas como saltar e deslocar-se em velocidades mais altas.
Entretanto ainda há a teoria de que, se o indivíduo já melhora sua capacidade de gerar potência, simplesmente trabalhando com exercícios básicos com uma aceleração maior, para quê incluir exercícios que envolvam saltos?
Pensando que a população idosa já tem uma menor capacidade de absorver as cargas, visto que um grande percentual já sofre com osteoartrite, portanto há que se avaliar de forma bem precisa o custo benefício de cada exercício na hora de sua aplicação.
A questão da eficiência do treinamento com saltos já é bem evidenciada, vemos grande melhora na potência, aumento na densidade óssea, melhora na função das tarefas diárias e até esportivas, entretanto temos que analisar muito bem o indivíduo para que esse tipo de treinamento seja incrementado em seu programa.
A recomendação mais SEGURA pode ser a utilização de exercícios básicos de força executados de forma mais rápida, sempre avaliando a técnica de movimento sendo realizada em cada exercício.
Com tudo isso, concluímos que a avaliação do profissional de forma totalmente individualizada é fundamental para a prescrição do treinamento, em todas as faixas etárias, mas na terceira idade devemos ter atenção redobrada para conseguirmos fazer com que essas pessoas tenham uma boa qualidade de vida quando se trata de melhora da condição e aptidão física.